quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ronaldo usa festas e despreparo de agentes em xaveco a atletas de ponta


Ronaldo e sua 9ine entraram com força no mercado do futebol. O ex-atacante colocou em prática um verdadeiro arsenal de argumentos reunidos ao longo de sua carreira nos gramados. A idolatria que despertou e a influência que construiu com clubes e grandes empresas abrem cada vez mais portas. Cativar clientes tem se tornado sua especialidade em boa parte porque muitos não encontram tanto respaldo em seus agentes atuais. Até festas viram cenário para os primeiros “xavecos” profissionais.
Foi na festa de aniversário de Neymar, por exemplo, que o Fenômeno se aproximou de Lucas. Conversou com o são-paulino, trocou contatos e dias depois o pai do meia-atacante recebeu contato telefônico da empresa. O evento aconteceu na Royal, danceteria paulistana de Marcus Buaiz, amigo e sócio de Ronaldo na 9ine e também na casa noturna de mesmo nome recém-inaugurada em Goiânia.

OS ALVOS CONSUMADOS E OS DESEJADOS PELO FENÔMENO E SUA EMPRESA

Fechado: FalcãoNa mira: AdrianoNa mira: NeymarNa mira: Kaká
Fechado:
Anderson Silva
Na mira: GansoNa mira: LucasNa mira: Pato
Neymar, por sua vez, teve uma das conversas sobre a exploração de sua imagem na casa do Fenômeno. Foi na mesma festa em que Ronaldo e Roberto Carlos apareceram fumando em fotos que irritaram o ex-camisa 9 corintiano.
Duas das principais revelações do futebol brasileiro, Neymar e Lucas têm mais em comum. Ambos são representados por Wagner Ribeiro, procurado por Ronaldo somente num segundo momento, em reunião na semana passada. Antes, o Fenômeno usou sua lábia para negócios e a idolatria que alimenta nos garotos para ganhar território. "Estamos estreitando as negociações", disse Ribeiro.
Neymar foi mais um dos incontáveis garotos brasileiros que, em 2002, imitaram o corte “Cascão” que Ronaldo usou na final da Copa daquele ano. Em 2005, o santista estava em Madri e foi recebido por Fenômeno em sua casa na capital espanhola. Hoje, ele é um dos principais alvos da 9ine, ao lado de Lucas.
Outros clientes na mira de Ronaldo são nomes como Paulo Henrique Ganso, Kaká, Alexandre Pato e Adriano. Sua empresa entrou até no MMA e no futsal. O brasileiro Anderson Silva, atual campeão dos médios do UFC, já tem contrato assinado, assim como Falcão, ala do Santos. O Fenômeno explica que sua meta é dar consultoria e explorar a imagem de atletas. Quer lucrar com contratos publicitários que ele ajuda a fechar.
Ronaldo entende de publicidade e seus alvos sabem disso. Ele tem acordos pessoais com empresas como Nike, AmBev, Claro, Vale e Hypermarcas, este último assinado juntamente com o Corinthians. “Com o Ronaldo é questão de trabalhar a imagem. Ele criou uma empresa, tem uma ótima imagem e é uma boa. Quem sabe não pode pintar um acordo”, comentou Ganso no último domingo.
Segundo o irmão e empresário de Ganso, Julio de Chagas Lima (o Papito), o meia se encontrou com Ronaldo na 9ine no mesmo dia em que o presidente corintiano Andrés Sanchez estava no local. O fato aumentou os rumores de que o Fenômeno estaria ajudando em uma transferência de Ganso para o Corinthians. Ronaldo nega envolvimento nesse tipo de acordo. “Não tenho poder e não é minha área trazer ou levar o Ganso ou qualquer jogador para algum time”, reforçou.
No entanto, empresários do mercado brasileiro temem suas ações nos bastidores. Publicamente, os agentes evitam confrontar Ronaldo. Alguns não possuem contratos de imagem com seus clientes e temem, caso peitem o Fenômeno, que os jogadores troquem de agente. Todos sabem a influência que ele tem não só com empresas de grande porte, mas também sobre os jogadores e com clubes da Europa.
Apesar do discurso de que sua meta é apenas captar patrocínios e gerir imagem, os empresários viram uma participação ativa de Ronaldo na contratação de Adriano pelo Corinthians. Mais que isso, viram o empresário Gilmar Rinaldi ser excluído das conversas e, em seguida, ter os serviços dispensados pelo Imperador. Todos ligaram o sinal de alerta.
O Fenômeno sabe disso e tem enfatizado, sempre que possível, que não pretende comprar direitos de jogadores nem se envolver tanto no gerenciamento de carreiras. Mas todos conhecem bem a força da imagem do Fenômeno e de sua lábia como novo empresário ligado ao futebol.
*Colaborou Ricardo Perrone
fonte: UOL ESPORTE (
esporte.uol.com.br)


Nenhum comentário:

Postar um comentário