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SÃO PAULO - Dois bilhões de tuítes são publicados por mês no mundo. Como chegar ao que realmente interessa?
De férias na África do Sul, depois da Copa do Mundo, o jornalista e apresentador William Bonner narrou momentos de sua viagem com a família e compartilhou fotos pelo Twitter. De repente postou: “Taí o quarto do hotel visto de meu lado da cama neste momento”. Quem clicou no link, abriu uma foto completamente preta. Em 12 horas, a imagem havia sido exibida mais de 2 000 vezes. Quase 15 dias depois, o número passava de 29 000.
Nos Estados Unidos, alguns dias antes de anunciar por qual time jogaria na próxima temporada da NBA, o astro LeBron James criou um perfil no Twitter. Três horas depois do primeiro tuíte, ele já tinha quase 150 000 seguidores. Em 17 horas, batia os 220 000 e, menos de um mês depois, os 500 000.
No Rio de Janeiro, há cerca de três meses, a rotina da secretária municipal de educação, Claudia Costin, mudou. Entre segunda e sexta-feira, por volta das 6h30 da manhã, seu perfil começa a se inundar de tuítes. Ela faz um apanhado de notícias que possam interessar a professores, a maioria delas postadas de um smartphone. Claudia não criou seu perfil com esse intuito — queria apenas conversar com a filha no exterior —, mas começou a ser seguida por professores e decidiu adotar o serviço como um canal de comunicação. “Conto sobre as escolas que visito e aproveito para tirar dúvidas”, diz. Claudia tem cerca de 7 500 seguidores.
Os três exemplos acima mostram que o Twitter estreitou laços diretos inexistentes ou raros até agora, somados a uma característica essencial: a instantaneidade. Desde que surgiu, o Twitter passa por constantes mudanças — um resultado direto da ação e da vontade dos próprios usuários. Da pergunta “O que você está fazendo agora?” para o slogan “Descubra o que está acontecendo agora, em algum lugar do mundo”, o microblog mudou o horizonte que antes era de um comportamento mais egocêntrico para um coletivo, principalmente com o compartilhamento de informações e experiências. O momento agora, no Brasil, é de consolidação e amadurecimento. Isso significa que o Twitter está saindo de um grupo de primeiros usuários, os early adopters, para atingir uma faixa maior de pessoas. Ainda assim, ele está longe de se popularizar de verdade, afinal grande parte dos usuários da internet não vê conteúdo relevante no Twitter.
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